
Getúlio Vargas do Brasil - o presidente da multiplicidade
Viveu sob o Império, a Velha e a Nova República. Duas guerras mundiais, a Revolução de 1930, uma contra-revolução, tentativa de golpe, renuncia, novo mandato, uma nova onda golpista e o sacrifício final em agosto de 1954.
Getúlio Vargas não fundou apenas o Brasil moderno, o Brasil enquanto nação, inaugurou no Brasil uma corrente política, hoje quase centenária, de defesa do trabalhador e do trabalho como centralidade.
Mas será que Getúlio Vargas e multiplicidade combinam?
Impossível imaginar Getúlio Vargas fazendo ciranda na praça contra a política do café com leite; mas a política de proteção social e do trabalho e de construção de direitos foi tão ampla quanto a multiplicidade do povo brasileiro.
A regulamentação do trabalho, que protegia mulheres, crianças e jovens das jornadas excessivas eram políticas públicas para as mulheres e a juventude.
A garantia dos direitos políticos para as mulheres, podendo votar e ser votadas;
O incentivo a cultura nacional, a descriminalização da capoeira e das religiões de matriz africana, eram políticas públicas de reparação ao povo negro.
A criação do dia do índio como estratégia de visibilidade e proteção aos povos tradicionais do Brasil.
Mas é fundamental entender que toda a política implantada pelo Presidente Vargas em seus governos eram centralizadas pela defesa do trabalho e dos trabalhadores (classe) e pela defesa da Nação (soberania).
Não à toa, o PDT (herdeiro e sucessor histórico do Trabalhismo) tem hoje doze movimentos organizados, que organizam os mais variados setores da sociedade, muitos deles que desde Getúlio tem recebido atenção e políticas públicas dos trabalhistas.
Entender a pluralidade das políticas públicas getulistas é fundamental para entender o Trabalhismo e a sua forma de construir um novo março histórico para o Brasil.
Gostem ou não, mais de cem anos depois, os que defendem o Estado brasileiro e os que querem desmonta-lo ainda orbitam sob o Estado-Nação criado por Getúlio Vargas.